quinta-feira, 31 de outubro de 2019

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Aquarela

Ainda no mês das crianças.
Cantamos muito essa música juntos.
A última vez foi no hospital...

“E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar...”

domingo, 13 de outubro de 2019

Dia das crianças

            Saudade da criança que um dia fui. Tagarela, alegre e barulhenta.
            Saudades das crianças que os meus filhos foram.
            Minha filha, com 2 para 3 anos, não queria pentear o cabelo para que ficasse enrolado igual ao da amiga.
            Minha filha que antes de dormir dizia que me amava muito, muito mais que o infinito.
            Meu filho que com 5 ou 6 anos, provocativamente,vinha dizer “ você não me pega” , só pra eu correr atrás dele e fazer muitas cócegas. E depois de soltá-lo continuava a me provocar... e corria novamente para pegá-lo.
            Saudades de fazer pegadas de coelho na Páscoa, de esperar as crianças dormirem para trocar os dentes por moedas, de colocar os presentes bem cedo debaixo da árvore de Natal. Saudades de preparar as pistas da caça ao tesouro, de guardar o papelão para escorregar na grama, de cantar na volta da escola, de assistir aos espetáculos de música e teatro montados em casa e das cabaninhas  embaixo da mesa de jantar.
            E como diz a música da Ana Vilela:
            “Segura teu filho no colo 
              Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui 
              Que a vida é trem-bala, parceiro 
              E a gente é só passageiro prestes a partir...”
            Bem assim. As crianças crescem. E às vezes, numa hipótese  improvável, elas partem antes de nós.
     

Escrito no dia das crianças de 2019

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Carta para o João Pedro ( primeira)

          Meu filho querido,
         
          Eu sabia que eu o amava, mas eu o amo muito mais.
          Há uma canção que diz: “prova de amor maior não há que doar a vida a um irmão”. Se eu pudesse eu daria a minha vida a você, teria dado a minha vida.
           Penso em você a cada instante, em todo lugar.
           Queria poder ter um dia a mais para passear com você, vermos filmes, andar com a Meg, cantarmos juntos, sorrir com o seu sorriso maroto, sentir toda a sua alegria novamente.
           Queria mais uma vez abraçar você, apertar suas bochechas, segurar suas mãozinhas quentes para matar a saudade enorme que você deixou.
           Saudades de você em cada canto dessa casa. Sua presença continua em cada canto. Parte da alegria da nossa casa se foi. Tudo ficou mais triste.
            Descubro cada vez mais o quanto você é especial.
            Sempre disse e direi que o amo.
            Meu filho, aprendi tanto com você e ainda aprendo.Você viveu intensamente esses doze anos e meio conosco.
            Tantas lembranças, tantas alegrias que vivemos juntos agora são recordações.
            Não sei se fui a mãe que você merecia ter, mas sempre tive muito orgulho de você e da sua irmã. Vocês foram e são a melhor parte de mim.
            E agora, esta  convivência arrancada tão subitamente. Nunca estamos preparados para isso. Aliás, nunca sequer passaria a ideia de você partir antes de mim.
            Não sei se posso dizer em partida, pois você sempre estará comigo. No entanto dói , lateja imensamente o meu coração . Dizem que é a "maior dor do mundo" e deve ser.
             Sei que tenho um caminho pela frente nesta vida. Não sei se longo ou curto. As incertezas são maiores, depois do que aconteceu. No entanto, sei que cada dia será repleto de saudade...
             Rogo a Deus que continue velando por nós. Minha esperança é o dia em que possamos nos encontrar novamente. E que parte de mim que se foi venha me completar outra vez. Que minha vida possa ser plena novamente.

             Para todo e sempre,
 
                       Sua mãe



( Essa foi a primeira carta que escrevi para o meu filho, em setembro de 2016. Ela foi lida na missa de um ano de falecimento do João Pedro)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Homenagem em forma de personagem

Hoje depois de dois anos e meio que o João Pedro partiu, recebo esta homenagem. A estória em que ele é o personagem na Turminha da Tia Renata. Obrigada, Dra. Renata.


Publicado em 17 de março de 2018.