domingo, 23 de janeiro de 2022

Encontros imperfeitos



                   O Facebook trouxe uma foto de sete anos atrás.  Estávamos seu pai, sua irmã e eu. Você bateu a foto. Foi a última viagem de férias que fizemos juntos. A última viagem com você . 

Jamais passaria, por um segundo sequer, que seria a última. Aproveitamos muito. Os quatro no mesmo quarto, 24 horas por dia juntos. Cada passeio, cada diversão. 

                 E ainda, pode encontrar seu amigo Henrique, para compartilhar um pouco dessa alegria. 

                 Se soubesse que seria uma despedida, pairaria tristeza e melancolia. Pudemos viver com intensidade todos esses momentos.

                 Hoje sim, ao ver a foto batem sentimentos antagônicos . Felicidade de tantos bons momentos vividos e saudades imensas por não ter novas passagens assim. E de outras experiências que gostaria ter partilhado com você .

                Por isso, como disse Carpinejar: “ Nunca teremos tempo de nos despedir direito. Capriche nos encontros imperfeitos”. 

                Penso que foram caprichados, e nem tão imperfeitos. Para mim, foram perfeitos. 

domingo, 16 de janeiro de 2022

Castelos de areia

 



              Passei por um castelo de areia. Recordações vieram de imediato. Outros mares, outras praias, outros verões, outros castelos de areia.

              Você gostava do sol, do mar e de fazer castelos de areia. E de se enterrar na areia.

Foram algumas férias  carregando baldinhos, pazinhas, rastelinhos  e incontáveis idas e vindas para o mar. Parecia ser incansável. 

             Castelos de areia, esses o mar apagou.           Mas o castelo de boas lembranças, de carinho e alegrias são marcas indeléveis. Foram bem vividas e continuam vívidas em nossos corações.

   


“ Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável  do tempo.”

     José Saramago

sábado, 8 de janeiro de 2022

Razões do coração

              


             No dia primeiro, meus pais foram ver os netos do coração. Hoje, os três formados, difícil vê-los juntos. E desta vez estavam.  Brincando um com outro, recordando fatos da infância que apenas irmãos partilham, contentes de simplesmente estarem juntos. Muito bom vê-los nessa alegria e camaradagem. 

              Sinto que a minha filha nunca terá esta vivência. Quando o único irmão partiu, seguiram os segredos e a infância partilhada. As brigas e as camaradagens . Fatos que apenas os dois sabiam ( nem nós como pais). Sim, tem primos e amigos como irmãos, mas não tiveram o dia a dia que os irmãos convivendo na mesma casa tem. Ah meu filho, como você faz falta!

              E chegou 2022. Fevereiro já está batendo à porta. Ganhamos 2 anos de convivência com sua irmã na pandemia, no entanto não estará mais aqui cotidianamente.

              Racionalmente eu sei que é o melhor a acontecer, mas o coração nem sempre diz o mesmo.