terça-feira, 31 de dezembro de 2019

2020 chegando

           Quase ano novo. Faltam dois dias para 2020. Porém, você ficou em 2015. Essas comemorações de fim de ano são difíceis. Sua ausência fica mais evidente.
            Estamos na praia, no mesmo lugar que estivemos 3 anos atrás no Natal, mas você já não estava aqui. Naquele ano éramos oito. Esse ano sete.
             Este foi o primeiro ano que passamos o Natal em Londrina, desde que você partiu. Doeu não ter você comigo. Machucou passar na mesma chácara, em que compartilhamos tantos momentos familiares alegres. Churrasco, piscina, jogo de bola, brincadeira, amigo secreto, como diz aquela música  “ tudo é igual, mas estou triste porque não tenho você perto de mim”. Foi bem assim.
              Fico pensando em amigas, cujo este , foi o primeiro final de ano, após a partida dos entes queridos. Este primeiro ano é o mais difícil. O primeiro Natal, primeiro ano novo, primeiro dia da mães, primeiro dia dos pais, primeiro aniversário, com a ausência do ser amado.  Não que os anos que se seguem sejam fáceis, essas datas comemorativas sempre remetem às lembranças. De um tempo que infelizmente não volta mais. Que gostaríamos de poder ter “ congelado “, mas foi impossível.
              Resta o consolo que tivemos momentos muito bem vividos. Alegrias compartilhadas. Vivências felizes que estarão para sempre em nossas memórias. Recordações eternizadas.
              Cada dia deveria ser bem vivido. Estar em família, apesar de tudo, ainda é muito bom.  Ser e estar presente na vida dos nossos queridos. Ter momentos  alegres compartilhados. O amanhã ? só a Deus pertence. Um dia de cada vez.
               E que venha 2020...

domingo, 22 de dezembro de 2019

Resgate

Fim de ano , próximo ao Natal a saudade aperta mais ainda. Saudades de tempos passados que não voltam mais. Sempre estará faltando você, meu filho .❤️

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Texto de formatura

          Resolvi escrever porque não sei se a emoção me permitiria expressar livremente.
          Hoje um encerramento de um ciclo que começou aproximadamente doze anos atrás para muitos de vocês, precocemente encerrada para nós .
           Dia de muitas recordações e saudades. De tantas lembranças boas, recordações de vocês tão pequeninos. Das brincadeiras, das viagens, do futebol, dos clubes, dos parques, das conversas no portão, do cotidiano da escola. Das festividades: festa junina, feira de ciências, dos bolinhos, biscoitinhos e chá dos dias dos pais e das mães e dos melhores presentes do mundo, aqueles  feitos por vocês.
          No entanto, tudo isso evidencia a falta do João Pedro. Não digo ausência, pois especialmente aqui  e agora a presença dele é sentida.
          Dizem que saudade é o amor que fica.
          Obrigada aos amigos,  companheiros de todas as horas: Isabel e Lucas - trio inseparável da pré-escola, João Filipe - o primeiro amigo, Henrique, Mateus e Romulo- quarteto inseparável da casa do Henrique, Iago- cúmplice da bola entre outras coisas, Pedro- de muitos Haloweens, Gi- sempre doce, Be- admirada, Davi- o descolado, Maria,  Caio, Diego, Leonardo, Patrick e tantos outros.
           Obrigada aos professores ( por tantos ensinamentos), obrigada aos funcionários ( por todo acompanhamento), obrigada aos pais dos amigos ( por todo acolhimento). Obrigada IEIJ por terem sido parceiros na formação de nossos filhos, por terem feito parte de nossas vidas tão intensamente.
           Parabéns aos formandos! Vocês vão sentir falta disso tudo ( até das cults).
           Que vocês levem o aqui aprenderam, muito mais do que o português e a matemática, para a vida de vocês.
            Como disse Martha Medeiros, “ A vida é um presente, e desfrutá-la com leveza, inteligência e tolerância é melhor forma de agradecer - aliás é a única “.



Escrito em 15/12/2017 e lido na formatura do Nono ano da Escola IEIJ.



PS:  Meu filho estudou numa única escola desde os 3 anos de idade. A formatura do nono ano seria um encerramento de um ciclo. Com toda delicadeza, fomos convidados a participar. Incluindo o nome do João Pedro no convite, nas lembranças da formatura e prestando uma linda homenagem.
Eu me senti na obrigação de falar algo. Sabia que estaria muito emocionada, então escrevi e li. Ainda não sei como consegui...

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Maria do Céu

“      Maria do Céu . Mas tão presa às dores da terra. Teu filho desce ao chão, tua dor dilacera o ventre, parto às avessas, movimento contrário que faz a vida estabelecer e manter o caos.
         Eu vejo muitas dores todo dia. Mas nenhuma estilhaça a alma quanto a tua.
         Maria do Céu , ó Maria do Céu como eu gostaria de aliviar o que te pesa, secar o choro que te cansa, fazer partir o desespero que te assola.
          Quando uma mãe precisa sepultar o seu filho, Maria do Céu , tudo o que sabemos da vida passa não fazer mais sentido.”( editado de uma publicação do padre Fábio de Mello)

          Recebi esse texto da minha sobrinha com a seguinte mensagem: Li esse texto e lembrei de você.
           Acho que as dores das mães que perdem o filhos se assemelham. Só depois de algum tempo que descobri que a Maria do Céu citada no texto, era a mãe do apresentador Gugu Liberato, que aos 90 anos enterrou o seu filho.
           Minha avó partiu aos 94 anos, lúcida. Perdeu um filho no ano anterior. E deprimiu. E os problemas circulatórios se agravaram. Se assim não tivesse sido, creio que passaria dos 100 anos. E como contar para uma senhora de mais de 90 anos que o filho partiu antes dela? Os outros cinco filhos reunidos assim o fizeram.
            É muita dor para uma mãe, junto com a fragilidade que os anos trazem...
            E como diz o texto “tudo o que sabemos da vida passa não fazer mais sentido”.

domingo, 17 de novembro de 2019

A árvore de Natal

           Na nossa casa sempre montamos a árvore de Natal após o aniversário do Mário, no dia 15/11. Algumas vezes até no próprio dia 15, com a ajuda dos sobrinhos presentes.
           Era uma festa... eles ainda pequenos enfeitando  do jeito deles, sem alcançar os lugares mais altos, colocando  a ponteira de estrela com a ajuda de uma cadeira. Tinha a botinha azul que era do João Pedro e a botinha vermelha que era da Amanda. Os adesivos de vidro com temas natalinos, o Papai Noel que ficava pendurado no teto, o pequeno presépio, a árvore de LED que dava pra ver brilhando da rua, o  Papai Noel de costas como se estivesse chegando sorrateiramente e o calendário do advento. Ah, o calendário do advento que  ganharam da Regina. Estava  até desbotadinho nos últimos tempos. Mas as crianças gostavam tanto dele que faziam questão de pendurar e marcar cada  dia de dezembro. Até chegar no dia 25.
             Cartinhas pro Papai Noel escritas na escola ou entregue para um deles, antes lidas por nós, para descobrir o que eles haviam pedido. Ainda bem que eram desejos simples. Porém, teve um ano que quase enlouqueci atrás do Steve McQueen ( o carro vermelho do filme Cars) . Esgotado em tudo quanto é loja de brinquedos da cidade... E era o pedido para o Papai Noel. Como frustrá-lo? Muito triste se fosse assim...Até que depois de muito buscar, o vendedor de uma loja de brinquedos conseguiu o último. Ufa! Pedido  ao Papai Noel garantido..
              Amanda dizia que o mês que ela mais gostava era dezembro. Porque era o mês da apresentação do Ballet, do aniversário e do Natal. Depois que cresceu um pouco, queria continuar acreditando no Papai Noel. Dizia que o Papai Noel tomava uma porção mágica para ficar pequenino e passar debaixo das portas ( creio que baseada numa estória da turma da Mônica).
               Já teve até Papai Noel chegando em casa ( quase que a minha sobrinha reconhece o avô)...
               Papai Noel também já apertou a campainha do apartamento, deixou a bicicletinha e saiu correndo. Que Papai Noel apressado...Provavelmente porque estava atrasado e tinha muitos presentes para entregar.
                Lembranças deliciosas de um tempo que não volta mais. Ainda bem que foi bem vivido. Cheio de magia e fantasia.
                Porém, nem no dia 15 e nem hoje teve árvore montada. Amanhã quem sabe.

            

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Carta de finados

Filho amado,

         Dia de finados. Por que escrever uma carta? Você não findou. Não para mim.
         Dia dos mortos? Se o esquecimento é a morte derradeira, você não morreu. Não para mim e enquanto eu viver.
          Talvez para eu organizar as ideias . Ou para amenizar as saudades que são infinitas e que apertam mais o coração nessas datas. Pois se “saudade é o amor que fica”, então todo dia é dia de saudade e de amor.
          Como diria Santo Agostinho “você partiu para o outro lado do caminho”, mas está presente em cada  lembrança, nas nuvens ( será que você está brincando em cima delas), no sol nascente e poente, na chuva que cai ( como gostava do banhos de chuva no calor), nos lugares que costumávamos ir, nas fotografias, nas tantas músicas que ouvíamos e cantávamos juntos.
          Outro dia fui num concerto de violino. Lugar improvável de ouvir Aquarela. Não pude evitar as lágrimas de caírem. Aquarela que cantávamos juntos desde que eram bem pequenos e que você me pedia diversas vezes para tocar no carro. Aquarela que cantamos juntos pela última vez no hospital. Aquarela que diz que o futuro é uma astronave que tentamos pilotar e que depois convida a rir ou chorar.
          Que ironia a letra de Aquarela tantas vezes por nós cantada. Que ironia você querer ser médico de dor de cabeça. É às vezes parece irônico, você tão novo, descansando cercado de pessoas que partiram com idade bem mais avançadas ( talvez avôs, bisavôs).
          Como postou o padre no dia do seu velório “enterrar uma criança de doze anos atenta contra toda lógica. É a penumbra do Mistério de Deus”.
           A mim, ainda que não compreenda este Mistério, cabe apenas aceitar. Levando esta saudade e este amor que vai além do que aqui vivemos. Seguindo em frente com a certeza que “o outro lado do caminho” está logo ali  e um dia nos reencontraremos.
                  Com muitas saudades,

                              Sua mãe.


( escrito em 2 de novembro de 2018, dia de finados)

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Aquarela

Ainda no mês das crianças.
Cantamos muito essa música juntos.
A última vez foi no hospital...

“E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar...”

domingo, 13 de outubro de 2019

Dia das crianças

            Saudade da criança que um dia fui. Tagarela, alegre e barulhenta.
            Saudades das crianças que os meus filhos foram.
            Minha filha, com 2 para 3 anos, não queria pentear o cabelo para que ficasse enrolado igual ao da amiga.
            Minha filha que antes de dormir dizia que me amava muito, muito mais que o infinito.
            Meu filho que com 5 ou 6 anos, provocativamente,vinha dizer “ você não me pega” , só pra eu correr atrás dele e fazer muitas cócegas. E depois de soltá-lo continuava a me provocar... e corria novamente para pegá-lo.
            Saudades de fazer pegadas de coelho na Páscoa, de esperar as crianças dormirem para trocar os dentes por moedas, de colocar os presentes bem cedo debaixo da árvore de Natal. Saudades de preparar as pistas da caça ao tesouro, de guardar o papelão para escorregar na grama, de cantar na volta da escola, de assistir aos espetáculos de música e teatro montados em casa e das cabaninhas  embaixo da mesa de jantar.
            E como diz a música da Ana Vilela:
            “Segura teu filho no colo 
              Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui 
              Que a vida é trem-bala, parceiro 
              E a gente é só passageiro prestes a partir...”
            Bem assim. As crianças crescem. E às vezes, numa hipótese  improvável, elas partem antes de nós.
     

Escrito no dia das crianças de 2019

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Carta para o João Pedro ( primeira)

          Meu filho querido,
         
          Eu sabia que eu o amava, mas eu o amo muito mais.
          Há uma canção que diz: “prova de amor maior não há que doar a vida a um irmão”. Se eu pudesse eu daria a minha vida a você, teria dado a minha vida.
           Penso em você a cada instante, em todo lugar.
           Queria poder ter um dia a mais para passear com você, vermos filmes, andar com a Meg, cantarmos juntos, sorrir com o seu sorriso maroto, sentir toda a sua alegria novamente.
           Queria mais uma vez abraçar você, apertar suas bochechas, segurar suas mãozinhas quentes para matar a saudade enorme que você deixou.
           Saudades de você em cada canto dessa casa. Sua presença continua em cada canto. Parte da alegria da nossa casa se foi. Tudo ficou mais triste.
            Descubro cada vez mais o quanto você é especial.
            Sempre disse e direi que o amo.
            Meu filho, aprendi tanto com você e ainda aprendo.Você viveu intensamente esses doze anos e meio conosco.
            Tantas lembranças, tantas alegrias que vivemos juntos agora são recordações.
            Não sei se fui a mãe que você merecia ter, mas sempre tive muito orgulho de você e da sua irmã. Vocês foram e são a melhor parte de mim.
            E agora, esta  convivência arrancada tão subitamente. Nunca estamos preparados para isso. Aliás, nunca sequer passaria a ideia de você partir antes de mim.
            Não sei se posso dizer em partida, pois você sempre estará comigo. No entanto dói , lateja imensamente o meu coração . Dizem que é a "maior dor do mundo" e deve ser.
             Sei que tenho um caminho pela frente nesta vida. Não sei se longo ou curto. As incertezas são maiores, depois do que aconteceu. No entanto, sei que cada dia será repleto de saudade...
             Rogo a Deus que continue velando por nós. Minha esperança é o dia em que possamos nos encontrar novamente. E que parte de mim que se foi venha me completar outra vez. Que minha vida possa ser plena novamente.

             Para todo e sempre,
 
                       Sua mãe



( Essa foi a primeira carta que escrevi para o meu filho, em setembro de 2016. Ela foi lida na missa de um ano de falecimento do João Pedro)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Homenagem em forma de personagem

Hoje depois de dois anos e meio que o João Pedro partiu, recebo esta homenagem. A estória em que ele é o personagem na Turminha da Tia Renata. Obrigada, Dra. Renata.


Publicado em 17 de março de 2018.

domingo, 29 de setembro de 2019

Da semente do amor floresce a saudade

"...É da semente do amor que floresce a saudade.É da colheita do fruto que surge algo que chamamos de laços.E é quando a vida os desata que chamamos de perdas.Perdas irreparáveis,perdas que não tem nome,dor que dói ao pensar,dor que um dia ouvi ser equiparada a um parto inverso.Devolver o filho.Sem nós perguntar se damos essa permissão.Lagrimas que não sai choro que nós falta o ar medo de viver.Medo de viver.Medo que o medo nunca saia de nosso coração.Medo do medo.Vontade louca de voltar segundos,ou talvez milésimos dele.Mas nada é possível.O chão é roubado o coração parece parar,e  as borboletas voam angustiadas pela nossa alma.O sonho de que tudo seja mentira.Que a notícia recebida foi engano.Que o nome dito era homônimo.A mentira se faz verdade...O nome querido pensado com tanto carinho antes mesmo do nascimento é trocado  por alguém que já    o chama de "CORPO"seu leito se torna forrado de flores ,flores estás que sonhavamos para sua formatura ou casamento.E agora o acompanha para emoldurar seu semblante que parece estar em um sono profundo.Olhos que não abrem mais... Saudade!“

Texto publicado pela Rosiane Godk , em 17 de novembro de 2016,  em que fui marcada.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Dezesseis anos ( Carta)

            Às vezes me perguntam:você só tem ela ( de filha). E eu, com o coração doendo, respondo só. Você me perdoa, João Pedro. É muito complicado explicar e o mundo não quer saber da sua dor. Embora eu tenha vontade de gritar para todos: eu tenho dois filhos. Nasceram dois filhos do meu ventre. Uma está aqui e o outro partiu para outro plano. Mas eu sempre vou ter dois filhos. Mãe de menina e de menino. Você vai estar sempre comigo, João Pedro. Até porque você faz parte de mim. Você e a Amanda sempre foram a minha melhor parte. Aliás, a maternidade é algo engraçado. Os filhos saem do corpo, mas ocupam permanentemente um lugar no coração. Eu disse permanente, e assim sempre será.
           Daqui dois dias é o dia do seu aniversário. Há 16 anos você veio a este mundo. Tão pequenino e parecia já estar atento a tudo. APGAR 10. Tranquilo, dormia bastante. Andou com 9 meses, com um ano já comia sozinho. Muito independente respondia que não era bebê, era menino. Parecia que chegou sabendo o que queria. Suas escolhas eram certeiras: era aquela roupa, aquele brinquedo, aquela comida, aquele lugar. Generoso ( pegou seu melhor caminhão para dar para o menino da creche), sensível ( o fulano ficou triste ou chateado com algo), alegre, cercado de amigos ( desde os mais quietinhos até os mais agitados).
         Quando penso que eu o peguei no colo, amamentei, troquei as fraldas, dei a mão para os primeiros passos, acompanhei as primeiras leituras ( queria muito ler), os primeiros chutes de bola, andar de bicicleta sem rodinhas.
          Queria ser médico de dor de cabeça ( que ironia). Depois jogador de futebol. Corintiano que era, contei que um dos maiores ídolos do Corinthians era médico e jogador de futebol. Então era isso que queria...
           Tantos sonhos interrompidos.
           Vejo o noticiário que anuncia a tragédia dos dez meninos da base do Flamengo que morreram num incêndio no Centro de Treinamento. Meninos de idade próxima a que você teria. Felizes, de diversas partes do país. Rostinhos lindos. E penso na dor das mães deles. Imaginando se eles sofreram ou não antes de morrer. Sabendo que elas nunca mais vão poder abraçar,  falar com seus filhos, torcer por eles, vê-los crescer. E penso que sei que dor é essa. E sei que a saudade vai estar sempre presente.
            Compadeço dessas mães e sei o quanto ainda vão chorar. Logo chegarão os primeiros aniversários sem eles: de nascimento, o dia das mães ( que nunca mais serão completos), o Natal, o Ano Novo, as comemorações de família e o primeiro aniversário de morte.
            Ainda não entendo e acho que não vou compreender nessa vida.
            Sei que não cabe a mim compreender e sim aceitar para tocar em frente. Questão de sobrevivência.
             Mas se perguntassem , sabendo de tudo que passou ( e ainda passa) se pudesse você escolheria uma vida diferente?
             Não, pois não teria tido você João Pedro, em nossas vidas.
             Não teria o bebê agarradinho em mim, o menino com o sorriso maroto, não teria torcido nos seus jogos e gritado “vai João Pedro”, rido de suas brincadeiras e gracinhas, curtido tantos filmes e músicas juntos, lutado e rolado no chão, feito massagem nos seus pés fofinhos e cócegas também.
             Você era barulhento e inquieto como toda criança saudável. E falante. E transparente nos seus sentimentos e afetos.
              Ah, como eu sinto a sua falta. E embora você esteja em mim, vou sentir sempre.
               Se “saudade é o amor que fica”, a saudade realmente é eterna. Fora do senso comum.
               Amo você. Para todo e sempre.

                          Sua mãe


Londrina, fevereiro de 2019.

         

sábado, 21 de setembro de 2019

Jardim da Fantasia -Paulinho Pedra Azul. Música que conheci com meus amigos mineiros, muito tempo atrás.
“ Onde está andei por este céu azul
Andei estradas do além
Onde estará meu bem...”


terça-feira, 17 de setembro de 2019

O legado do João Pedro

          Esta semana, depois de muito protelar, ficaram prontos os álbuns de fotos do João Pedro. Foram nove volumes, com cerca de 1400 fotos, organizadas por data, sintetizando um pouco da vida dele. Quem me ajudou a montar estes álbuns, não o conheceu. Mas percebeu de imediato, como ele viveu intensamente.
           Foram doze anos e meio que o João Pedro esteve por aqui, porém intensos e felizes. Ele brincou muito, jogou bola, passeou, sorriu, chorou, emocionou e fez emocionar. Creio, foi feliz em sua curta passagem por aqui.
           Se perguntasse para ele, qual mensagem nos deixaria, imagino que diria: Viva intensamente e seja feliz, porque a vida pode ser breve. Este seria o primeiro legado: viver intensamente e ter momentos felizes.
           O segundo eu diria que é o da fé.
           Nos momentos vividos no hospital, os mais difíceis da minha vida, também foram aqueles em que senti a presença de Deus intensamente. Foi e ainda é, o que me dá forças para eu continuar. Se não fosse por Ele, eu não estaria de pé. Não teria suportado passar, pelo que acredito, seja a maior dor que alguém possa sentir: o de ver um filho partir.
           E ainda, a corrente de oração que se formou em torno da cura dele foi algo incrível. Pessoas de todas as religiões e crenças. Pessoas que eu não conhecia. Pessoas que estavam afastadas de Deus e voltaram a rezar. Muito se sensibilizaram, talvez por ser o maior medo que os pais possuem habitando o seu inconsciente.
           O terceiro eu diria que é o amor.
           Porque mesmo diante da dor e da saudade que vivemos e muitas vezes vem nos visitar, o amor pelo João Pedro permanece. E assim para sempre será. Um amor que transcende a morte, porque vive para sempre no meu coração. Você, João Pedro vive para sempre dentro de mim e no coração dos que o amaram e amam.
          Você, João Pedro, viveu intensamente e deixou a sua marca de alegria e felicidade neste mundo.
          Você, João Pedro, traz a mensagem da fé, da esperança que estaremos todos juntos novamente um dia, num feliz reencontro.
           Você, João Pedro, que amo para todo e sempre.


Escrito em algum dia de agosto de 2019.

domingo, 15 de setembro de 2019

Quatro anos

                   Quatro anos atrás, eu recebi a notícia da morte cerebral do meu filho. Só restaria esperar o coração dele parar de bater. Foi quando eu comecei a me despedir dele. Algo impensável num coração de mãe. A ordem natural da vida invertida.
                   Logo após receber a notícia, a médica insensivelmente começou a desligar as medicações e aparelhos na minha frente. O porquê dessa atitude, entendo  que foi uma total falta de preparo. Eu em choque, nem consegui reagir.
                   Não tem o porquê de aumentar a dor, do que dizem ser a maior dor do mundo. Se existe outra maior, desconheço.
                   Meu filho foi o bebê que chutava dentro da minha barriga. Meu filho segurou na minha mão pra aprender a andar. Meu filho que carreguei no colo. Meu filho para quem eu cantava para dormir. Meu filho que queria brincar de luta. Meu filho para quem torci em tantas partidas de futebol. Meu filho com quem vibrei em tantos jogos  vitoriosos e consolei nas derrotas. Meu filho que gostava de sol, de mar, de fazer castelos de areia. Meu filho que gostava de filmes, de música. Meu filho que sabia o que queria e principalmente o que não queria. Meu filho tão cheio de vida...
                 Como assim ? A sua vida indo embora. Assim sem mais nem menos... assim de repente. Naquele momento só restava esperar o seu coração parar de bater. Coração valente que bateu ainda por mais dois dias...
                Ainda hoje,  às vezes parece que não aconteceu. Como gostaria de acordar e perceber que tudo foi apenas um pesadelo. Que a minha vida estava como era a um pouco mais de quatro anos atrás.
                Infelizmente, isso é impossível.



Escrito em 15 de setembro de 2019

Saudade

Publicado em 2 de novembro de 2018.

sábado, 14 de setembro de 2019

Mães que devolvem a vida


Resta esperar

Publicado em 17 de outubro de 2018

É preciso amar

“É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há...”


Publicado em 17 de dezembro de 2018

Versos simples

“Saudade já não sei se é a palavra certa”


Publicado em 17 de maio de 2019

Balão

Mais um dia 17... Será que estava mais perto de você aqui? Vou seguindo, levando você sempre no meu coração. Até o dia do reencontro... amor pra toda vida.
Publicado em 17 de junho de 2019.

Quinze anos

        Quinze anos, que idade mais linda. O auge da adolescência. Tantas mudanças, tantas descobertas.
        Infelizmente não pudemos acompanhar seus quinze anos, sequer os treze.
        Você partiu com doze anos e meio, nem oficialmente na adolescência ( thirteen).
        Como diria Drumond: “também temos saudades do que não existiu, e dói bastante .”
        Saudade? É uma companheira diária. Saudade de tocar, de cheirar, de abraçar, de sentir.  Saudade de cuidar, pois alguém disse que o “cuidado é a medida do afeto”. Cuidado esse que já não posso dedicar e o afeto que transborda sem o destino que gostaria de ter.
         Saudade do que vivenciamos juntos e não é mais possível. Ah, se o João Pedro estivesse aqui ele estaria gostando de nadar com as tartarugas, ele estaria reclamando de andar, ele gostaria de mergulhar. Sempre imaginando qual seria a sua reação.
         Saudade do futuro que não veio. Provavelmente mudando de voz, com uma penugem de barba/bigode.
          Não chegou aos treze, não “adolesceu”. Não teve formatura, não se apaixonou pela primeira namorada, não foi pra balada, não se casará, não virão os filhos ( meus netos que não virão). Um futuro tão bruscamente interrompido. Razões? Jamais vou saber. O que não me impede de perguntar, mesmo sem respostas.
           Dor? Às vezes chega a ser física de tanto que essa saudade dói. Dói no corpo, dói na alma. Arrancaram uma parte de mim e o vazio que ficou está ali latejando, pulsando. Existindo como vazio.
           A gente se distrai, continua a vida que prossegue. Mas essa parte faltante vai está sempre ali, dizendo que sua vida deixou de ser completa. Ter essa consciência também dói.
           Hoje entendo mais do que nunca, quando disseram que o fato das mães que perdem os filhos estarem aqui é uma incrível prova de amor ao mundo.
           No entanto, eu quero viver e não simplesmente sobreviver.
            Muitas pessoas vieram dizer o quanto me admiravam, o quanto me achavam forte. Às vezes parece sem sentido para mim. Não parece que tenho outra alternativa.
            Só pela fé para prosseguir. Acreditando que o João Pedro está bem e que um dia iremos nos encontrar novamente.
            Quando eu tinha mais ou menos quinze anos,  li um livro chamado Longe é um lugar que não existe. E uma frase que até hoje me recordo é a seguinte: “Voe livre e feliz através dos aniversários. Haveremos de nos encontrar através da única comemoração que nunca termina “, algo assim.
            E que  assim seja, meu filho. Por toda eternidade.
                                   Sua mãe





( Escrito perto de 14 de fevereiro de 2018)


           

Quem não está

Publicado em 17 de março de 2019

As mais bonitas flores

Recebido em algum dia de setembro de 2015.

A dor sem nome

Uma amiga me disse algo que me fez refletir: filho que perde o pai/ mãe é órfão . Marido/esposa que perde o cônjuge é viúvo(a). E pai/mãe que perde um filho? Nem nome tem....A dor é tão grande que nem nome tem....


Publicado em 17 de outubro de 2015

Crônica da Adriana

http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2278-20150923http://www.folhaweb.com.br/?id_folha

Este foi um artigo da jornalista Adriana Ito, publicado na Folha de Londrina, em 23 de setembro de 2015. Eu sou a mãe do João Pedro...


Reproduzido por mim em 17 de fevereiro de 2016

Éramos cinco

Éramos quatro....



Publicado em 17 de janeiro de 2017

Pedaço de mim

“Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu...”


Publicado em 17 de janeiro de 2016

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

O que importa é o que ficou

Publicado em 14 de setembro de 2016, convidando para a missa de 1 ano de falecimento.

Os horários da sua chegada

Publicado em 17 de maio de 2016

Definição de saudade

DEFINIÇÃO DE *SAUDADE* 😪

Dr. Rogério Brandão
Médico oncologista - Pernambuco

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional...
Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria.
Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim!
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimios e radioterapias.
Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos, porém, isso é humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinha no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção:

— Tio, — disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores... Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Indaguei:
— E o que a morte representa para você, minha querida?
— Olha tio, quando somos pequenos, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?

( Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, e com elas, eu procedia exatamente assim).

— É isso mesmo.
— Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "engasgado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou a visão e a espiritualidade daquela criança.

— E minha mãe vai ficar com saudades — emendou ela.

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

— E o que saudade significa para você, minha querida?
— *Saudade* *é* *o* *amor* *que* *fica*!

        Que hoje possamos abraçar quem ainda podemos, amar os que ainda podem receber nosso amor. Perdoar enquanto é tempo.


Publicado em 2 de novembro de 2017

Sol e mar

Ele gostava de sol, mar e fazer castelos de areia...


Publicado em 17 de janeiro de 2019

Muita saudade

Publicado em 17 de julho de 2019

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Três anos sem você

Escrevi esta carta para o João Pedro. Em algumas ocasiões escrevo.
           
            Hoje faz 3 anos que não escuto sua voz. Mas lembro perfeitamente o tom, o timbre, como se estivesse escutando hoje .
          Conversei com você pela última vez, ou melhor você me respondeu pela última vez faz 3 anos. Parece inacreditável .Às vezes parece ainda que não aconteceu.
         Esses dias tenho revivido tudo que se passou a 3 anos. Os dias em que você estava bem, a primeira queixa da dor de cabeça, quando efetivamente se sentiu mal, os dias no hospital. Logo você que “ nem gripe pegava”, forte que era. E quando tinha algo, recuperava-se muito rápido. Logo você que ironicamente  dizia que ia ser médico de dor de cabeça, antes da fase “jogador de futebol”.
         Como nossa vida muda num piscar de olhos. Como diz a música “ e o futuro é uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar...”.
         Como tudo mudou. Não tenho mais brinquedos espalhados( já estava começando a ter poucos), chuteiras largadas, chinelos esquecidos, tarefas de kumon escondidas, videogame montado.
          Não torço mais, nem grito “ vai João Pedro”, não tenho que sair correndo do trabalho para um jogo da liga ou Eurocup, ou do campo. Nem levar e buscar você na escola ou na casa de tantos amigos, nem esperar você acabar de jogar bola no portão da escola. Nem tenho mais pães de queijo congelados para fazer um lanche urgente.
          Ah, João Pedro como você viveu intensamente estes seus doze anos e meio .
          Vejo seus amigos, todos cresceram e estão crescendo. Adolescentes . Mais ou menos como sua irmã e os amigos dela quando você nos deixou e fico imaginando como você estaria.
         Que altura teria, como teria mudado a aparência , a voz, onde estaria estudando e com quais amigos, se estaríamos brigando bastante ( provavelmente ), como agiria.
          Hoje só me resta imaginar o futuro que não chegou. Situação inimaginável na época.
           Às vezes algumas pessoas me falam “ imagino o que você deve estar sentindo” e eu respondo, você não imagina. É inimaginável para um pai ou uma mãe pensar na possibilidade de perder um filho. Tamanha dor só de pensar. Somente quem passa por esta perda consegue dimensionar. Mais ninguém .
         Perder os pais, ainda que com muita dor, é a ordem natural da vida. Perder um cônjuge, um companheiro ou uma pessoa querida claro que é difícil. Quem perde os pais  é órfão, quem perde o cônjuge é viúvo e quem perde um filho? Nem nome tem.
         Hoje penso que é sobrevivente. Sobrevivente deste “terremoto” que passou em nossas vidas e arrancou parte da minha melhor parte, você João Pedro.
         Assim sem pedir licença, abalando todas as estruturas.
         Como você faz falta. Tinha medo de esquecer, mas lembro perfeitamente. Do tom da voz, do sorriso, do jeito de falar, de andar, de parar. Até como jogava bola, pegava na raquete, na caneta, no garfo.
            Saudades todo dia e sei que vai ser assim até o dia do nosso reencontro.
           No entanto, por mais que esta dor me acompanhe agradeço por você ter existido cotidianamente em nossas vidas por doze anos e meio. Trazendo alegria, vida e luz. Tão pouco tempo, mas intensamente.
         E fazendo parte de nossas vidas para todo e sempre, pois você vai estar sempre comigo. O amor que nos une é eterno.



                  Sua mãe

Parte de mim

Para sempre faz parte de mim...


Publicado em 17 de agosto de 2019

Canteiros

Canteiros ( Cecilia Meireles)

Quando penso em você, fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos, em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Prá correr entre os canteiros e esconder minha tristeza

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.



Publicado em 17 de junho de 2017

Incompreensível

                                       
Publicado no dia 17 de fevereiro de 2017

Dois anos sem você


                   Estou afônica hoje. Dizem que problemas de garganta são ligados à sentimentos sufocados.
                   Não preciso ir longe pra saber. Dói, e ainda dói muito. E a saudade só aumenta, cada dia mais, João Pedro.
                   São dois anos que você começou a partir e em nenhum momento essa ideia passava pela minha cabeça.
                   Tenho relembrado todos os dias.. Dia 20 ele estava bem, dia 21 se queixou um pouco, dia 22 começou a passar mal, dia 24 o último dia que ficou em casa ( pra não voltar mais), dia 25 a primeira cirurgia, assim vou revivendo cada momento.
Por que aconteceu com alguém tão forte e saudável? Por que alguns vivem tanto e você apenas 12 anos e meio? Tantos porquês sem resposta . Acho que saberei apenas quando também partir.
                   Como conseguimos passar por tudo isso e seguir a vida? Só por Deus mesmo. E o apoio da família e dos amigos. E outras pessoas que surgiram nesse caminho.
                   Ainda que essa ausência faça parte de mim, como diria Drumond , a saudade dói demais.
Todo dia está presente... na hora do almoço com um lugar vago, no sofá que você ficava deitado, no puff onde sentava pra jogar videogame, na mesa sem cult, no quarto sem roupas e chuteiras espalhadas...
                    Os gibis, a coleção de hotwheels,as bolas, o videogame parecem estar lá esperando você. E a Meg tb.
                   Além da saudade do que vivemos, dói a perspectiva do que poderia ter sido.Imagino que vc já teria me passado na altura  e me chamaria de baixinha com um sorriso provocativo... Penso em você lindo de terno na sua formatura do nono ano...E a sua voz? Provavelmente teria mudado ou estaria mudando. Será que estaríamos planejando conhecer os estádios de futebol nos seus 15 anos?
                 Tantos planos e sonhos não concretizados de um futuro bruscamente interrompido.
                  Dos mistérios de Deus, só Ele sabe.
                  Dizem que "saudade é o amor que fica". Sua passagem por aqui, embora curta foi intensa.
E essa saudade que deixou é a marca do amor que nos une. Especialmente você, seu pai, sua irmã e eu.
                   E assim creio, será para sempre. Por toda eternidade.
                   Com amor e saudades,

                         Sua mãe


Escrito em setembro de 2017

Recordação

" A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda parte! George Sandy

Publicado em 17 de outubro de 2017

Presente

Publicado em 17 de junho de 2018

Mães,eternamente

Mães, eternamente
(Teresa Gouvea)

Na eternidade de ser mãe te encontrarei nos finais de tarde, na brisa que toca meu rosto, no sol preguiçoso que fará uma oração silenciosa abraçando meu coração. Certa que você não partirá jamais, afinal, mães jamais se despedem de um filho, acreditarei no meu amor eterno e te acolherei nos lugares mais íntimos do meu cotidiano, sim, meu amor, você estará nos cheiros que povoaram nossas vidas, nas histórias que me servirão de colo, no amor que se derramará para além dos lugares que minha mãos possam alcançar, tão imenso que dispensará o corpo ao receber as eternidades...

Publicado em 17 de julho de 2018 no meu Facebook.

Homenagem da Escola


Publicação do dia 23/09/2015, no Facebook da Escola IEIJ.

Dia das Mães de 2018


A dor

Publicação de 17 de Abril de 2018


A Dor Tem um Elemento de Vazio
A Dor - tem um Elemento de Vazio -
Não se consegue lembrar 
De quando começou - ou se houve 
Um tempo em que não existiu - 

Não tem Futuro - para lá de si própria - 
O seu Infinito contém 
O seu Passado - iluminado para aperceber 
Novas Épocas - de Dor. 

Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas" 

Tradução de Nuno Júdice