segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Criar memórias

              

  
           Estava pensando sobre esta expressão , criar memórias . Sempre foi involuntário, mas estamos criando memórias nos atos mais simples . No dia a dia, na atenção voltada àquela pessoa, num afeto compartilhado . 

                Se me perguntasse de lembranças da infância o que eu diria? Das idas e vindas da escola, das brincadeiras de esconde esconde, das férias na casa da avó, dos passeios com o avô, das amigas reunidas em casa, dos aniversários, das idas para a praia, do Natal na casa da madrinha, entre tantas outras.

               Do que eu lembro da infância dos meus filhos? Das idas e vindas da escola, dos teatrinhos criados, pícnic, caça ao tesouro, do almoço na casa da obathan, dos passeio com o odithan, dos amigos reunidos em casa, dos aniversários, das férias , dos Natais, dos jogos e apresentações, entre tantas outras do dia a dia ( o local onde cada um sentava, o que faziam, o que diziam).

                Nunca tinha me dado conta da semelhança dessas lembranças. 

                Ontem, numa dessas coincidências, encontrei com uma das catequistas do João Pedro. 

                Na sequência, recebi esse recado :

“ Foi muito bom conversar com você hoje. Mas não podia deixar de dizer que a passagem do João Pedro aqui foi repleta de muita alegria. Ele teve uma família que cuidou muito bem dele, o amou muito por isso ele transbordava sempre de alegria em nossos encontros. Sempre sorridente e feliz.”

                Tem como não se emocionar ?

                 A gente sempre acha que podia ter feito mais, principalmente quando o amado( a) parte. Espero que tenham tido e tenham memórias deliciosas da infância. Como eu tenho. Como tenho da infância de vocês …


Ps: o João Pedro vinha feliz contando das contas de brigadeiro no terço, na catequese. Com certeza era uma das memórias criadas.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Sem ano novo


         
Para alguns, não haverá ano novo.  A irmã de uma amiga se foi. Em depressão desde a morte do filho, na pandemia. Minha avó partiu, após a morte do filho. Deprimiu e partiu. Creio que teria virado os 100 anos se assim não fosse. Drummond perdeu a filha e 6 meses depois partiu. Meu avô estava forte e saudável . Partiu depois de um ano e pouco depois da minha avó. Os pais de uma amiga/irmã partiram com 6 meses de diferença.

           Só tenho que a agradecer a Deus por ter me sustentado. E peço que continue me sustentando.

            Apesar de não ter ouvido minhas preces, e como pedi , para curar meu filho. Apesar de dizerem que “ as orações de uma mãe arrombam as portas do céu “ e não ter acontecido. Apesar do “ peças que atenderei”.  Apesar de não ter visto “a  sua cura, nem o  meu  milagre  acontecer “ .

            Reconheço , se não fosse por Ti  não estaria  aqui. Ter sobrevivido  já é um milagre .  Seguir em frente, ainda que mais difícil do que aparenta para os outros , também é .