Meu filho ficou na infância. O dia das crianças sempre será o seu dia. Todas as lembranças são da infância e não da adolescência que começava a despontar.
Por isso essas datas nos fragilizam mais. Ainda que para os pais os filhos são sempre crianças, o fato do João Pedro ter partido tão cedo acentua esse fato.
Aqui o tempo passou, para ele não. Seus amigos estão escolhendo o curso para prestarem vestibular. E agora começa a sequência dos aniversários de 18 anos. Parece inacreditável, aquelas crianças que conheci desde a pré-escola, com 18 anos. Daqui a pouco motoristas. E mais um pouco, “dirigindo “ as próprias vidas.
Você ficou em 2015. As lembranças dos momentos que amávamos são desta data ou anteriores: as cabaninhas na mesa da sala, as apresentações de teatro com a direção da Amanda, escorregar de papelão pelas encostas, juntar os amigos para sair pedindo doces ( Haloween), voltar da escola ouvindo as músicas aprendidas ( das cirandas ao hino nacional), irmos às incontáveis apresentações infantis do *Filo (com pão de queijo a ser degustado na fila), e tantos outros.
Hoje passei por um caminho que costumava fazer diariamente para levá-los à escola. O caminho mudou totalmente . Hoje tem uma rotatória e outras ruas que foram abertas. Deu muita saudade. O caminho que era diário abruptamente sumiu de nossas vidas. Assim como o caminho do futebol e da casa dos seus amigos... Distraidamente perdi o rumo e lágrimas começaram a escorrer.
Não consegui encomendar, mas descobri que o pastel que levávamos pós futebol da escola, agora está perto de casa. A padaria antiga fechou e reabriu aqui perto. Vocês adoravam e virava “ quase” uma festa. Nós mães, até arriscamos a dar uns chutes. E eu que nunca joguei futebol estava lá no meio do jogo.
Meu filho partiu ainda criança. Como diz sabiamente Adélia Prado, “ o que a memória ama permanece eterno”. Por isso para os pais, os filhos são sempre crianças . As lembranças dos barulhos da infância, das risadas, das brigas , das brincadeiras ficaram eternizadas na minha memória. Por isso, tanto João Pedro como Amanda, serão sempre crianças no meu coração. Para sempre.
*FILO - Festival Internacional de Teatro de Londrina
Escrito na Semana do dia das crianças de 2020
É isso mesmo Denise. Somos eternamente crianças para nossas mães. Ainda hj, lembrei a minha mãe, que o filho mais velho já tem 76 anos, e ela mandando eu ligar pra ele vir amanhã de manhã comer uma "papa" que só ela sabe fazer e ele adora.
ResponderExcluirLindo seu texto...essas lembranças sempre estarão vivas em vc. Com certeza, João Pedro, foi muito feliz em tê-la como mãe e intercede junto ao Pai por vc. 🥰🥰♥️
Mãe sempre mãe. ❤️😍
ResponderExcluirDenise, Adélia Prado tem razão e, com certeza, ficaria orgulhosa de ver no seu texto a afirmação do que ela compreende sobre memória e eternidade. João Pedro é energia, força viva em você, no Mário, na Amanda e em todos aqueles que, direta ou indiretamente, construíram uma memória afetiva em relação a ele. Muita luz, sempre, para ele, em outra dimensão de existência, e para vocês, que fizeram dele uma criança feliz! Abraço fraterno! Miguel
ResponderExcluirObrigada querido amigo❤️
ResponderExcluirAbraço querida Denise! Amor sem fim, por estas crianças eternizadas em nossos corações!��
ResponderExcluirNossas crianças lindas que tão precocemente partiram ❤️
ExcluirImpossível não ir às lágrimas com suas palavras e com as lembranças do João Pedro! Estávamos um pouco distantes na época, por causa de uma licença minha do trabalho e de repente nos reencontramos, sem saber que era o começo de todo esse pesadelo. Por isso, não há uma só vez em que nos vemos, que não passa um filme na minha cabeça! Hoje, só nos resta a saudade e as lembrança e com certeza, esse amor imenso e eterno em seu coração de mãe! Amiga, fique com Deus e que Ele te dê muita força, sempre!!🙏🙏🙏
ResponderExcluirTânia obrigada por toda empatia. Sim, bem assim que ocorreu. Nunca imaginaríamos o que viria depois, sendo saudável como era. Só Deus para nós confortar...
ResponderExcluir♥️♥️
ExcluirNão tenho palavras... Qualquer coisa que escrevesse pareceria "lugar comum". Participei de sua dor à distância. Se estivesse presente, também não encontraria palavras.Só peço a Deus que preencha este vazio que sempre haverá.E que a esperança do reencontro nunca abandone você.
ResponderExcluirAmém ❤️
ResponderExcluirAmém 🙏 ❤️
ResponderExcluir🥰😍😰
ResponderExcluirSempre com sábias palavras que faz rolar lágrimas em nossos rostos. Não tem como se emocionar De, o caminho mudou, tudo mudou, mas a grandeza do seu amor não mudará muito. Aquele menino gracioso que sempre me dava tchau quando abria o portão da escola para ele ir jogar seu futebol, é um registro que jamais será apagado. Fique em paz e com deus sempre!!!!!
ResponderExcluirObrigada Adriana. Que assim seja...
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