Diante de certos fatos, sentimo-nos totalmente impotentes.
Lembrei-me de uma música do Vinicius e Toquinho, Um homem chamado Alfredo, cuja letra diz:
“ o meu vizinho do lado, se matou de solidão.
… num velho papel de embrulho
Deixou um bilhete seu
Dizendo que se matava
De cansado de viver”.
Não sei quando a letra foi escrita, mas como Vinicius faleceu em 1980, foi anterior a definição de transtorno depressivo, como considerado atualmente.
A depressão é considerada o “ mal do século XXI”. Estima-se que em 2030, será a doença mais comum.
Nunca imaginaríamos que ela poderia atingir alguém próximo, e com tamanha gravidade e de uma forma tão veloz.
Alguém com quem tínhamos uma convivência semanal. E que era tão cheia de vida, alegre, com tantos projetos, viagens marcadas .
Ainda estou em choque. E nessas horas, vem a pergunta: será que poderia ter feito algo para tentar evitar ?
Racionalmente sabemos que é uma doença. Mesmo assim, emocionalmente temos uma sensação diferente, por ser uma doença mental. Será que perguntaríamos o mesmo se fosse uma doença física ?
Perguntaríamos, talvez, se poderíamos, de alguma forma, estarmos mais presentes.
Nada é por acaso. As pessoas entram em nossas vidas, por alguma razão. Fomos abençoados com tantos bons momentos de convivência. Caminhadas, cafés, viagens, fotos, conversas, risadas. Essas lembranças estão eternizadas.
E, considerando a reflexão que esse momento traz, agradeço e peço a Deus para nos sustentar. Que Ele ilumine o caminho de quem partiu, e dos que aqui ficaram.
O depressivo muitas vezes não falo sobre, camufla em público qdo está sozinho vem a tona.
ResponderExcluirPerda muito grande e triste da nossa querida Mary. Poderíamos ter feito mais do que fizemos? Essa é uma pergunta difícil de responder, mas fica o alerta para refletirmos sobre as nossas relações interpessoais.
ResponderExcluirMarli Vannuchi