“ O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a sentir que é dor, a dor que deveras sente .” ( Fernando Pessoa)
Para alguns , ou melhor algumas , é o contrário. Fingimos que não sentimos a dor, que deveras sentimos . Ou para, por ora , prosseguirmos.
Talvez porque os sentimentos são reversos. Entregar um filho “ é o revés” de um parto. Partir antes dele é reversa a natureza , a dita “ normalidade” .
Como alguém disse, e repito mais uma vez, “ morte de filho não se supera “. Seguimos adiante, ressignificamos a vida.
No entanto, às vezes precisamos deixar a dor vir. Para podermos entender e aprender a conviver com ela . Para que ela se torne saudade e boa lembrança, mesmo estando guardada e aparecendo. Mesmo parecendo impossível.
Não sei se o tempo é o melhor remédio, mas ajuda a amenizar. Como uma ferida aberta que cicatriza.
Para que nos tornemos poetisas de nossas vidas. Transformando dor, em poesia .
Para a Lu: Hoje sempre será o aniversário do Francisco. O dia que ele veio a esse mundo nos agraciar com a sua presença
( escrito no dia do aniversário do Francisco)
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