Dói, a dor chega a ser física de tanto que dói.
Hoje eu chorei, chorei de tanta saudade que eu sinto de você. Chorei muito. Impossível não sentir dor, sou mãe.
Penso que é como uma cicatriz de um corte profundo. Não está em carne viva mais, mas está lá. Lembrando do que foi, da dor que vivenciou.
Acho que é como marca de uma tortura que traz as lembranças da dor física e emocional. Sim, tortura de ver seu filho em menos de um mês, vinte e cinco dias, passar de uma criança saudável a um “corpo “. Quanta tristeza inserida nessa palavra, tão impessoal.
Gratidão? Tenho. Pelo tempo lindo que passou conosco.
Mas hoje é dia de chorar de saudades.
Como bem escreveu o poeta:
“ Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu”
Ou ainda:
“ Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus”.
Saudades, saudades, saudades...
Saudades todo dia, saudades infinitas até o dia do nosso reencontro.
( escrito em uma madrugada insone de setembro de 2020)
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