quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Saudades infinitas


             Dói, a dor chega a ser física de tanto que dói.

             Hoje eu chorei, chorei de tanta saudade que eu sinto de você.  Chorei muito. Impossível não sentir dor, sou mãe.

             Penso que é como uma cicatriz de um corte profundo. Não está em carne viva mais, mas está lá. Lembrando do que foi, da dor que vivenciou.

             Acho que é como marca de uma tortura que traz as lembranças da dor física e emocional. Sim, tortura de ver seu filho em menos de um mês, vinte e cinco dias, passar de uma criança saudável a um “corpo “. Quanta tristeza inserida nessa palavra, tão impessoal.

             Gratidão? Tenho. Pelo tempo lindo que passou conosco.

             Mas hoje é dia de chorar de saudades.

             Como bem escreveu o poeta:

            “ Que a saudade é o revés de um parto

               A saudade é arrumar o quarto

               Do filho que já morreu” 


               Ou ainda:

            “ Que a saudade é o pior castigo

               E eu não quero levar comigo

               A mortalha do amor 

               Adeus”.


               Saudades, saudades, saudades...

               Saudades todo dia, saudades infinitas até o dia do nosso reencontro.

           

( escrito em uma madrugada insone de setembro de 2020)

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